sexta-feira, 7 de março de 2008

...and the Oscar goes to...

Moi, c'est claire!

Madrugada... Eu, Inspetor Jacques Clouseau, estava encostado à parede, apreciando a festa, tomando Coca-Cola ao lado de uma mulher vestida de noiva e um homem das cavernas. Daí o vocalista da Banda Capitão Parafina e os Haoles diz que eles vão entregar os prêmios das melhores fantasias. Ele informa que o vencedor de Melhor Fantasia Masculina é "o cara que tá com a Pantera Cor-de-Rosa". Que ofensa! Il ne connaît pas moi! Não conhece o Clouseau?

Senti um forte empurrão no meu ombro, vindo de trás (não sei de quem! Lembra que eu estava encostado à parede?), indicando que eu deveria ir ao palco. E fui abrindo caminho na multidão... A Pantera do lado... algumas pessoas puxavam sua cauda e seu pirulito... Ela reclamava em silêncio. Senti mais empurrões no ombro que diziam "Vai lá!". Por que o povo tem mania de empurrar?

Ouvi o vocalista da banda dizendo "Cadê o cara? Acho que ele foi levar a Pantera pra fazer xixi". De fato, há 5 minutos antes eu estava no banheiro. Mas ninguém sabia disto.


Cheguei ao palco e subi. Tinha luz demais ali. Clouseau não gosta de luz. Clouseau age no escuro. Não gosta de popularidade. Eu disse algumas coisas com meu sotaque carregado, arranhando o "R". Algo como... "Merci pour le prix... Obrrigado...Parrabéns a la banda Parrafina pela festa... Merci...". As pessoas aplaudiram. Quis descer do palco, mas o vocalista da banda me puxou pelo braço "Peraí, toma seu prêmio!".

Me entregaram uma sacola laranja (CUJO CONTEÚDO VOCÊS JAMAIS SABERÃO) e tentei pular do palco de novo, quando fui novamente puxado por um rapaz com uma estrela preta pintada em volta do olho... "Peraí, olha a foto, olha a foto, ali, ali!!!".

O flash foi acionado, as pessoas aplaudiram, eu finalmente pulei do palco e me escondi nas sombras... Ouvi vozes como "Ganhou o quê? Dexô vê!". Clouseau escapou.
Um sorriso se fez sob os fartos bigodes, mas ninguém notou.

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